Definir o que é ética é difícil, pois a palavra ética não tem apenas um significado [1]. Hoje em dia falamos frequentemente em ética, mas qual é o senso comum presumido de ética? Outra palavra também precisa ser citada para entender o conceito de ética: moral.
Na palestra [2], o Prof. Clóvis de Barros Filho sugere que a palavra moral, caiu em desuso na sociedade atual e deu lugar a ética. O senso comum tende a entender essas palavras como sinônimos porém, é importante ressaltar e essas duas palavras apresentam conceitos diferentes. Assim, devemos questionar o senso comum através do conhecimento. Para isso, é importante retomar diferentes autores que já problematizaram o tema. A palestra ajuda a elucidar essa questão para o público geral, ou seja, sem necessidade de uma construção formal do conhecimento no âmbito da Filosofia [2].
Na palestra, o Prof. Clóvis define moral como “aquilo que você se proíbe de fazer porque livremente decidiu” [2]. Assim, o conceito de moral resulta de questionamentos individuais e pode-se dizer que “moral é sempre uma questão de consciência” [2]. Essa construção é feita citando pensadores, tal como Platão, que introduz moral como “aquilo que você não faria mesmo se fosse invisível” [2].
Ser visível, e portanto conviver, pode ser interpretado como “ser controlado pelo olhar do outro” [2]. Assim, pode-se destacar duas possibilidades: um comportamento adequado é motivado pelo fato de ser controlado pelo olhar do outro, ou pela moral. O Prof. Clóvis constrói ainda a perspectiva de que, se a nossa convivência fosse com base no conceito de moral, as atitudes individuais zelariam pela melhor convivência possível. Assim, uma sociedade pode ser constituída de modo que todos respeitam os direitos dos demais, não por medo de consequências, mas sim pelo entendimento de saber qual o comportamento adequado, que menos prejudica o outros. Ele cita ainda exemplos de sociedade regidas pela moral, tal como as bancas de jornal sem jornaleiro e, sem fiscalização, em Genebra. O Prof. Clóvis sugere que a “moral tornou-se insuficiente para reger a convivência e, hoje, a moral em desuso deu lugar a ética, porque a sociedade precisa garantir a convivência. É preciso que coletivamente, tenhamos um entendimento daquilo que é aceitável para proteger a convivência” [2].
Assim, uma postura ética significa abrir mão de escolhas individuais em nome da proteção da convivência adequada entre todos. A discussão é enriquecida quando o Prof. Leandro Karnal destaca que “valores são acordos sociais históricos” [2]. Portanto, “a ética e a moral podem ser vistas pelo ponto de vista históricos [2]”. Assim, o que devemos limitar na conduta de cada um para que a convivência seja a melhor possível é histórico e não deve ser visto como uma verdade única. E, se a ética é interpretada como um conjunto conhecido de condutas, estamos sempre enfrentando situações inéditas, onde a sua ocorrência ainda não foi concebida. Nesse sentido, talvez seja mais adequado adotar a palavra ética para a discussão coletiva que visa a melhor convivência, enquanto que código de conduta (ao invés de código de ética) para o resultado da discussão em si.
Durante o nosso estudo em sala de aula, passamos tanto pelo senso comum, onde ética e moral foram vistas como sinônimos, quanto pela formalização desses conceitos, onde os mesmos foram simplificados a partir da seguinte perspectiva: moral é uma questão individual e ética é um acordo coletivo. Um outro ponto relevante é que as leis podem ser citadas como exmplos de acordos coletivos para garantir a boa convivência. Assim, pode-se interpretar que as leis, seriam condutas já estabelecidas e que os códigos de conduta (ou códigos de ética) poderiam evoluir para constituir futuras leis.
A conclusão do prof. Clóvis sobre ética é “a capacidade que temos de identificar o que é melhor para todos e só buscar o que é melhor para nós se aquilo que for melhor para nós não comprometer o que é melhor para todos” [2]. Como toda rica problematização, podemos questionar o que seria o melhor para todos. Neste caso, sugiro usarmos o conceito de durabilidade (ou sustentabilidade) apresentado na palestra e, aquilo que é melhor para todos é a ação de hoje que não compromete a vida (e também a convivência) de amanhã [2].
O prof. Leandro Karnal lembra ainda que etiqueta, que é a etimologia de pequena ética, consiste no reconhecimento do espaço do outro: com licença, por favor, obrigado. Assim, fecho esse tópico com a clareza de que a reflexão deve ser permanente.
Obrigada a todos e todas pelas contribuições e sintam-se a vontade para manter a discussão em aberto.
Att, Livia Jatobá
Referências:
[1] Curso de Ética-Clóvis de Barros-Introdução ao Curso Acessado em Abril/2017: https://youtu.be/aAk-jQUTra8
[2] LEANDRO KARNAL E CLÓVIS DE BARROS FILHO, Palestra " Ética: Tecnologia, Mercado de Trabalho e Relações Profissionais", Evento realizado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) no auditório do Centro Universitário São Camilo, São Paulo - SP. Acessado em Abril/2017: https://youtu.be/_vCEtdJuzJM
Na palestra [2], o Prof. Clóvis de Barros Filho sugere que a palavra moral, caiu em desuso na sociedade atual e deu lugar a ética. O senso comum tende a entender essas palavras como sinônimos porém, é importante ressaltar e essas duas palavras apresentam conceitos diferentes. Assim, devemos questionar o senso comum através do conhecimento. Para isso, é importante retomar diferentes autores que já problematizaram o tema. A palestra ajuda a elucidar essa questão para o público geral, ou seja, sem necessidade de uma construção formal do conhecimento no âmbito da Filosofia [2].
Na palestra, o Prof. Clóvis define moral como “aquilo que você se proíbe de fazer porque livremente decidiu” [2]. Assim, o conceito de moral resulta de questionamentos individuais e pode-se dizer que “moral é sempre uma questão de consciência” [2]. Essa construção é feita citando pensadores, tal como Platão, que introduz moral como “aquilo que você não faria mesmo se fosse invisível” [2].
Ser visível, e portanto conviver, pode ser interpretado como “ser controlado pelo olhar do outro” [2]. Assim, pode-se destacar duas possibilidades: um comportamento adequado é motivado pelo fato de ser controlado pelo olhar do outro, ou pela moral. O Prof. Clóvis constrói ainda a perspectiva de que, se a nossa convivência fosse com base no conceito de moral, as atitudes individuais zelariam pela melhor convivência possível. Assim, uma sociedade pode ser constituída de modo que todos respeitam os direitos dos demais, não por medo de consequências, mas sim pelo entendimento de saber qual o comportamento adequado, que menos prejudica o outros. Ele cita ainda exemplos de sociedade regidas pela moral, tal como as bancas de jornal sem jornaleiro e, sem fiscalização, em Genebra. O Prof. Clóvis sugere que a “moral tornou-se insuficiente para reger a convivência e, hoje, a moral em desuso deu lugar a ética, porque a sociedade precisa garantir a convivência. É preciso que coletivamente, tenhamos um entendimento daquilo que é aceitável para proteger a convivência” [2].
Assim, uma postura ética significa abrir mão de escolhas individuais em nome da proteção da convivência adequada entre todos. A discussão é enriquecida quando o Prof. Leandro Karnal destaca que “valores são acordos sociais históricos” [2]. Portanto, “a ética e a moral podem ser vistas pelo ponto de vista históricos [2]”. Assim, o que devemos limitar na conduta de cada um para que a convivência seja a melhor possível é histórico e não deve ser visto como uma verdade única. E, se a ética é interpretada como um conjunto conhecido de condutas, estamos sempre enfrentando situações inéditas, onde a sua ocorrência ainda não foi concebida. Nesse sentido, talvez seja mais adequado adotar a palavra ética para a discussão coletiva que visa a melhor convivência, enquanto que código de conduta (ao invés de código de ética) para o resultado da discussão em si.
Durante o nosso estudo em sala de aula, passamos tanto pelo senso comum, onde ética e moral foram vistas como sinônimos, quanto pela formalização desses conceitos, onde os mesmos foram simplificados a partir da seguinte perspectiva: moral é uma questão individual e ética é um acordo coletivo. Um outro ponto relevante é que as leis podem ser citadas como exmplos de acordos coletivos para garantir a boa convivência. Assim, pode-se interpretar que as leis, seriam condutas já estabelecidas e que os códigos de conduta (ou códigos de ética) poderiam evoluir para constituir futuras leis.
A conclusão do prof. Clóvis sobre ética é “a capacidade que temos de identificar o que é melhor para todos e só buscar o que é melhor para nós se aquilo que for melhor para nós não comprometer o que é melhor para todos” [2]. Como toda rica problematização, podemos questionar o que seria o melhor para todos. Neste caso, sugiro usarmos o conceito de durabilidade (ou sustentabilidade) apresentado na palestra e, aquilo que é melhor para todos é a ação de hoje que não compromete a vida (e também a convivência) de amanhã [2].
O prof. Leandro Karnal lembra ainda que etiqueta, que é a etimologia de pequena ética, consiste no reconhecimento do espaço do outro: com licença, por favor, obrigado. Assim, fecho esse tópico com a clareza de que a reflexão deve ser permanente.
Obrigada a todos e todas pelas contribuições e sintam-se a vontade para manter a discussão em aberto.
Att, Livia Jatobá
Referências:
[1] Curso de Ética-Clóvis de Barros-Introdução ao Curso Acessado em Abril/2017: https://youtu.be/aAk-jQUTra8
[2] LEANDRO KARNAL E CLÓVIS DE BARROS FILHO, Palestra " Ética: Tecnologia, Mercado de Trabalho e Relações Profissionais", Evento realizado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) no auditório do Centro Universitário São Camilo, São Paulo - SP. Acessado em Abril/2017: https://youtu.be/_vCEtdJuzJM